Rio de Janeiro - O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, disse, em entrevista à Agência Estado, que o óleo que escapa do Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, é originado do vazamento na sapata de um dos poços. Parte do óleo extraído da jazida escapou desse "furo" e atravessou uma falha geológica, desembocando no assoalho oceânico e contaminando a água do mar em um ponto cerca de 150 metros adiante. Isso significa que o vazamento ocorreu provavelmente por um erro de operação do poço e não por uma falha natural alheia à responsabilidade da empresa.
Lima está convicto de que serão aplicadas "multas pesadas" pelo acidente, mas diz que a comissão que analisa o caso só terá noção do valor depois de controlado o vazamento. O campo é operado pela Chevron, com 51,7% de participação, em sociedade com a Petrobras (30%) e o consórcio Frade Japão Petróleo (18,3%). "A prioridade agora é controlar o vazamento", disse Lima. Para isso foi iniciado o processo de cimentação, que prevê quatro etapas, sendo que a primeira delas foi concluída ontem. "Os engenheiros afirmaram que foi um sucesso", completou Lima.
As quatro etapas ocorrerão em profundidades diferentes do mesmo poço. A primeira cimentação, concluída ontem, tem secagem total prevista para hoje, 20 horas depois do processo. Lima não soube informar com precisão quando todo o processo será finalizado.
Depois de cimentado o poço, será também tapada a rachadura no fundo do mar por onde o óleo escapou. Para o diretor-geral da ANP, o fato de imagens de satélite estarem detectando uma mancha maior no mar do que a informada inicialmente "não é um dado inquietador". Ele explica: "É comum a mancha se alastrar, mesmo depois do início do trabalho de contenção do vazamento. Há um aumento da área, mas uma redução da densidade do óleo, especialmente quando o mar está muito revolto, como é o caso. As ondas no local estão alcançando de dois a quatro metros. No fim, geram imagens um pouco distorcidas".
FONTE: VEJA.COM.BR
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